1O que é a alergia?
Alergia é toda a doença que aumenta um anticorpo da classe IgE (responsáveis pelos fenômenos anafiláticos). Existem as alergias respiratórias (rinite e asma como principais), alergias na pele (urticárias e dermatite atópica), alergia no sistema gastrointestinal (esofagite eosinofílica e a gastroenterite eosinofílica).
2Quais são os tipos mais comuns de alergia?
Há alguns anos, rinite e asma alérgica eram o carro-chefe de casos atendidos no consultório. Mas, atualmente, 60% são casos de alergia de pele, gastrointestinal e conjuntivites. Verifica-se também a incidência de mais de um tipo de alergia em um mesmo paciente. Coexiste, por exemplo, a alergia respiratória com a dermatite atópica. Na verdade, isso se configura como uma evolução da doença, o que chamamos de Marcha Atópica.
3A partir dos sintomas apresentados, como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico e também depende de exames complementares. Pelo exame clínico, em que é feito o levantamento do histórico do paciente, nós temos indícios para estabelecermos quais são os exames necessários. O mais utilizado é o teste alérgico, que pode ser de dois tipos. O “Prick test” determina a alergia a ácaros, fungos e alimentos. O exame é simples e indolor, feito através um carimbo importado dos EUA. Já no “Patch test”, testamos cosméticos e produtos químicos que normalmente são expostos à população. Neste caso, utilizamos fitas adesivas que testam aproximadamente 40 produtos.
4Com base no diagnóstico, qual o melhor tratamento?
Definir qual é o agente causador da alergia é um passo importante para se estabelecer medidas preventivas, ou seja, diminuir a exposição a esses agentes. Em fase disso temos a possibilidade de fazer a imunoterapia.
5Quais são os tipos de alergia as picadas de insetos?
Existem dois tipos. A primeira é caracterizada por um quadro menos grave, o chamado prurigo estrófulo, que causa um processo infeccioso após a picada de um pernilongo, por exemplo. Outras picadas são mais graves e levam o paciente até mesmo a uma reação anafilática.
6O que caracteriza uma reação alérgica anafilática?
São reações graves, nas quais o paciente tem risco de vida, podendo apresentar falta de ar, edema de glote, sensação de desmaio, diminuição da pressão arterial, broncoespasmos e pode ir a óbito se não for atendido imediatamente. Pode ser causada por alergia a medicamentos (Ex: antibióticos, contrastes, relaxantes musculares etc..), alimentos ( Ex: camarão, amendoim, ovo etc..) veneno de insetos ( formiga, abelha e vespa)
7Quais são os tratamentos indicados para as picadas de insetos?
Para picadas mais simples, o melhor tratamento é feito com vacinas específicas mediante a realização de teste alérgico. Na Europa e nos EUA existe uma caneta de adrenalina auto injetável, utilizada pelo próprio indivíduo no ato da picada. No Brasil esta caneta não é disponível, por isso, o paciente precisa buscar atendimento hospitalar ou importar o medicamento.
8O que é imunoterapia (as conhecidas vacinas para alergia)?
É um tratamento considerado pelas Sociedades Americana, Européia e Brasileira de Alergia como principal tratamento nas doenças alérgicas respiratórias e também na alergia à picada de insetos. A imunoterapia possui 103 anos. Ela foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde no início de 2000 como o único tratamento capaz de mudar a história natural da rinite e da asma alérgica, único capaz de atuar sobre a causa da doença e não sobre os sintomas da doença.
9É possível que algum paciente tenha algum sintoma relacionado à alergia e não saiba?
Sim. Temos várias doenças relacionadas ao processo alérgico e que talvez as pessoas não saibam, como a esofagite eosinofílica. O principal sintoma é o entalamento, dificuldade de engolir alguns alimentos. Ao fazer a endoscopia, ele vai ter um diagnóstico da doença e aí, é preciso o auxílio do médico alergista para ver quais são os alimentos que causam o processo alérgico no esôfago. Temos também pacientes que têm alergias de pele que são tratadas como doenças de pele não alérgicas. Como a alergia pode acontecer em qualquer local do organismo, temos situações que merecem ser investigadas. Um simples desmaio pode estar associado a um quadro de reação anafilática e não soube a que e nem porquê.
10Existe a possibilidade de cura para as doenças alérgicas?
Algumas doenças sim. Em relação às alergias respiratórias, as chances são de 90%. A imunoterapia, conhecida como as famosas vacinas para alergia, descoberta há 103 anos, foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde no início de 2000 como o único tratamento capaz de mudar a história natural da rinite e da asma alérgica, capaz de atuar sobre a causa da doença e não sobre os sintomas da doença. Existem as vacinas injetáveis subcutâneas, realizadas com acompanhamento médico e ainda as vacinas sublinguais, aplicadas pelo próprio paciente.
11Como pode ser feito a prevenção das doenças alérgicas?
Tudo começa na infância. Filhos de pais alérgicos, por exemplo, devem ter um controle ambiental desde o nascimento, desde o quarto do bebê, que não pode ter cortinas, tapetes, bichos de pelúcia. Outra dica importante é o diagnóstico precoce. Um terço das pessoas com rinite alérgica vai desenvolver asma em alguma fase da vida. Se isso for diagnosticado na fase inicial e houver tratamento adequado, pode-se impedir a evolução da doença. No caso de alergia alimentar, a orientação médica em relação a introdução dos alimentos é imprescindível. E sempre que o indivíduo tiver alguma reação, seja uma urticária ou uma reação anafilática, o médico deve identificar qual alimento causou o processo alérgico. Sobre as alergias oculares, muitos casos estão associados a ácaros presentes no ambiente domiciliar, por isso, o controle ambiental também é indicado.